sábado, 12 de dezembro de 2015

TREM DA MORTE - Bolívia - Dicas.

A talvez, rota mais básica mochileira de viagem de brasileiros pela América do Sul seja seguir rumo à Bolívia (e depois para os demais destinos) via Trem da Morte. Do vilarejo boliviano de Puerto Quijarro, na divisa com Corumbá (MS), Brasil partem os trens rumo à Santa Cruz de La Sierra, uma das principais cidades do país vizinho.
Expreso Oriental | Foto: Divulgação/Fo.com.bo
Expreso Oriental | Foto: Divulgação/Fo.com.bo
O trem na verdade se chama Expreso Oriental e o “marketing” Trem da Morte é combatido pela empresa responsável com o slogan “Trem de vida”, em alusão ao programa social de orientação que desenvolvem para alertar para os riscos de acidentes com e no trem. Poderiam também utilizar o marketing com relação aos vários postos de trabalho formais e informais que o trem dá aos bolivianos.
Frisemos que este é um trajeto para quem optar visitar o país (ou um trecho dele) por terra. Para quem sai de São Paulo, por exemplo, a viagem já começa pela paisagem com muito verde e planícies ainda no Brasil.

Com os pés na Bolívia

Trocado o passo de Corumbá para a Bolívia, chega-se a um solo árido, de cambistas desesperados (com cara de boliviano e jeito de brasileiro) e nos vem a primeira impressão do país: tudo é negociável (fato reconfirmado várias vezes durante nossas duas viagens pelo país – uma de 20 dias e outra de “passagem”). Estamos em Arroyo Concepción, onde quem chega por Corumbá deve carimbar o passaporte dando entrada na Bolívia.
Vá com tudo nos conformes. Qualquer “falta de pingo no i” já é motivo para lhe arrancarem uns bolivianos ou reais. Nossa equipe (e mais um viajante brasileiro) estava com o comprovante nacional de vacina contra Febre amarela (papel branco) e embora a proteção seja a mesma, os hombres do turismo boliviano “sugeriram” que voltássemos à Corumbá para conseguirmos a carteira internacional (papel amarelo). Como incorruptíveis brasileiros, dissemos ok (que exemplo hein!)
Dez passos fora da sala do “bota defeito” vem o assistente pedindo US$ 10. Acabamos cumprindo a “diplomacia” e entramos na Bolívia por US$ 5 (cada). Resolvido o problema, seguimos em um táxi rumo à Puerto Quijarro (onde fica a estação de trem).
Não muito diferente que a periferia de São Paulo por exemplo, o local ainda tem muito de Brasil: na TV, Rede Globo; o idioma, portunhol. A Bolívia só está na fisionomia das pessoas, nas salteñas e em outros pratos servidos nos bares bem simples da vila.
Na vontade de finalmente sentir-se na Bolívia, o primeiro passo é sair daquele lugar, buscando pela passagem de trem rumo à Santa Cruz de la Sierra.
Dependendo o horário de chegada, a estação pode estar bem lotada e logo alguém pode lhe oferecer uma passagem, por um valor algumas vezes maior que o valor da bilheteria. Reluta-se em pagar tal quantia, mas o local parece que já se organizou para fazer com que a compra no paralelo seja algo oficial. Há pessoas que trabalham com isso. Geralmente na bilheteria só há passagens para três dias a frente, logo, são três dias em um dos hotéis de Quijarro. Esse ciclo é o que parece mover a economia do lugarejo.
Um pouco apressados, pagamos por uma passagem para o dia seguinte à nossa chegada (claro, de segunda mão). Então lá se foi uma noite na vila, num calor de 40 graus. Para o jantar: arroz, metade de uma banana frita e carne (frango, milanesa ou chuleta) tudo regado a muito óleo. Resumidamente, um prato ruim para o organismo, bom para a fome e aceitável para os olhos!
Na manhã seguinte o déficit de atividades nos fez ir à Puerto Aguirre, a Zona Franca local. Há um shopping e um mercado que vende por atacado e varejo. O ar condicionado foi o melhor do passeio. O calor das 8h deveria estar por volta dos 45ºC. Detalhe, é possível chegar à pé no local (uns 5 minutos caminhando), mas se perguntar a algum morador, ele certamente irá lhe recomendar um táxi (deve ser para continuar o ciclo que movimenta a economia local).

Esqueça as lendas

Se estiver a fim de ser protagonista de um filme de suspense esqueça! O trem pode até surpreender, mas não assustar. São 18 horas de viagem em meio a áreas rurais da região. E em todo esse tempo ouvindo os vendedores em uníssono: “Limonada, limonada; café, café; soda, soda (refrigerantes); empanada, empanada…”, espetinhos de frango, carne, peixe frito e mais uma infinidade de produtos incluindo os pratos feitos (PF). A maioria dos produtos é caseira, incluindo as limonadas transportadas em baldes abertos e vendidas em sacos plásticos com canudo. (Confira uma boa ideia para Coca-Cola aqui :P)
Há viajantes relatando que existe a possibilidade da compra da passagem incluindo refeição. Se for do seu interesse, vale consultar previamente.
Além do comércio, o que pode surpreender alguns viajantes é o jeito dos bolivianos: incansáveis correm de vagão em vagão, sobem e descem nas paradas, gritam, se esbarram, quase sentam no seu colo… Outros fatos, são os homens da Polícia Nacional e/ou do Exército que circulam pelo trem e podem conferir sua passagem (sem problema se não estiver com seu nome) e a eventual falta de luz à noite (por isso não esqueça a lanterna e fique de olho na mochila).
Se quiser um pouco mais de sossego na viagem vá na categoria Super Pullman, onde não há acesso aos vendedores e os bancos são reclináveis (não se anime, não chegam a deitar). Se preferir economizar vá nos vagões das classes Pullman e Primera. Elas não têm muita diferença entre si. Na Pullman os bancos são para duas pessoas e em um ângulo de 90 graus. Já na Primera (a mais barata) os bancos também têm 90 graus podem ser para três pessoas e você corre o risco de viajar 18 horas de costas. Também há a opção extra, noturna que sai às 18h de Quijarro com apenas dois vagões, o Ferrobus.
De acordo com a Wikipédia, o nome “Trem da morte” se deu por causa de uma “uma epidemia de malária que ocorreu durante a construção da ferrovia, que matou milhares de trabalhadores bolivianos.” Nenhum boliviano com quem conversamos falou a respeito, tampouco encontramos dados sobre este fato em nossas pesquisas, exceto nesta fonte.  Quem souber algo, divida conosco! (Seguiremos buscando a informação e se tivermos novidades atualizaremos este post – com estas e outras informações).
Mais informações sobre o trem aqui
Abaixo as tarifas e itinerários do trem:
Tabela extraída do site da companhia em 18/03/2015 | Foto: Reprodução.
Tabela extraída do site da companhia em 18/03/2015* | Foto: Reprodução.
Lunes, Martes, Miércoles, Jueves, Viernes – só pra ajudar a lembrar, são em espanhol, respectivamente, Segunda, Terça, Quarta, Quinta e Sexta (feiras).
Fotos do Trem da Morte:

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Guia Completo Sobre Saúde a Bordo de um Cruzeiro (e o que deve fazer se ficar doente)

Ai que dor, doutor!

Embarca feliz e contente. Máquina fotográfica na mão, sorriso estampado no rosto. Passa um ou dois dias em alto mar a contemplar a doce imensidão do oceano, a saborear as iguarias do buffet, a visitar locais fantásticos e de repente… Zás! Trás! Cai de uma escada e parte uma perna. Ou começa a sentir os primeiros sintomas de uma gripe ou não consegue sair do camarote tal é a diarreia ou não para de vomitar… ou aceita que pode adoecer durante o cruzeiro, lê este artigo, descontrai-se e previne-se!
É verdade que não há garantias de que mesmo sendo uma pessoa saudável não possa adoecer durante um cruzeiro. Mas garantimos que se isso acontecer, não precisa de se preocupar em demasia porque os navios de cruzeiro, hoje em dia, são autênticas cidades em alto mar plantadas: com médicos e enfermeiros disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana, para cuidar dos passageiros. É certo que estas equipas não estão vocacionadas para tratar de emergências (pois a maioria dos problemas a bordo resolve-se com comprimidos para enjoo, remédios para uma dor de estômago, comprimidos para tratar constipação, curativos, etc) mas em caso de doença encaminham o passageiro para uma instalação em terra e desembarcaram assim que possível para que ele obtenha cuidados de saúde mais especializados. E, se necessário for, enviando o paciente por helicóptero. Porém, os casos de menor gravidade são tratados a bordo, já que os médicos nos navios são capazes de fornecer suporte avançado de vida, cuidados de emergência cardiovascular e pequenos procedimentos cirúrgicos.

Então… posso adoecer num cruzeiro?

Pode, sim. Numa área mais confinada como um navio, os germes podem-se espalhar rapidamente. Ora, em navios com 2.000 passageiros ou mais, pode ser difícil de conter um surto como o Norovirus (do qual falaremos mais à frente) que é uma doença gastrointestinal altamente contagiosa que se tornou sinónimo de navios de cruzeiro, embora possa surgir noutros locais públicos como escolas. Além disso há sempre quem tenha mais tendência para constipações, gripes e intoxicações alimentares, ameaças comuns em viagens.

O que fazer se adoecer num navio?

Se se começar a sentir mal, não hesite, visite o médico do navio. Até porque a maior parte dos problemas a bordo tem solução rápida e gratuita. Viroses e enjoos, por exemplo, são tratados com comprimidos distribuídos sem custo. Para o tratamento de outras doenças de bordo, é conveniente um seguro de saúde. E se o assunto for sério, desembarca no próximo porto de escala.
Em áreas mais remotas que possam não ter os mesmos padrões de cuidados médicos ou instalações disponíveis a que está habituado, terá de arranjar pelos seus meios forma de regressar a casa, assim que possível.

Devo verificar o meu seguro de saúde antes de embarcar?

Sim, deve. Veja com a sua companhia de seguros que tipo de proteção tem para ter a certeza que cobre despesas de saúde no cruzeiro e/ou nas zonas de escala. A maioria dos planos não cobre serviços médicos a bordo, pelo que deverá prevenir-se com alguma despesa extra se adoecer. Em alternativa pode fazer um seguro de saúde de viagem junto de operadores turísticos, representantes de linhas de cruzeiros e agentes de viagens ou mesmo através de um mediador online que venda um plano ajustado às suas necessidades: desde um plano mais básico a um plano mais especial. Na verdade, adquirir um seguro de viagem é um dos pontos mais importantes na hora de planear o cruzeiro, pois garante-lhe segurança e tranquilidade durante as férias. O seguro de viagem multiassistência, por exemplo, oferece total cobertura: indenização por roubo, perda e quebra dos equipamentos durante a viagem, indenização por falecimento ou invalidez, atraso ou cancelamento do cruzeiro, acidentes ou doenças durante a viagem, consultas médicas, internação, intervenções cirúrgicas, repatriação, assistência legal ou jurídica, regresso antecipado por problemas no domicílio e ligações urgentes para familiares. Para contratar este tipo de assistência em viagem e desfrutar do cruzeiro sem se preocupar com absolutamente nada, aceda à Internet e procure por um mediador online capaz de o ajudar.

E se me acontecer uma emergência?

Uma constipação é tolerável, sim, mas e se for uma queda grave? Um ataque cardíaco? Como são capazes os navios de cruzeiro de lidar com essas situações? São estas as suas dúvidas? Pois bem, em primeiro lugar, as políticas das linhas de cruzeiros definem as condições nas quais os passageiros podem embarcar. A equipa médica do navio possui critérios para determinar se um passageiro está ou não apto para prosseguir a viagem. Dai que em situações graves os médicos possam decidir se o doente deve ser transferido para uma unidade de saúde em qualquer porto, a expensas dos passageiros. A transferência pode ser feita no imediato através de helicóptero se o caso for mesmo crítico. Na evacuação por helicóptero os doentes são acompanhados por médicos que são habilmente treinados no tratamento de emergência.
Algumas linhas de cruzeiro também utilizam a telemedicina para ajudar os pacientes. A tecnologia permite que os médicos se liguem a terra para aceder a especialistas e dados que podem ajudar a tratar dos pacientes a bordo.

Os navios de cruzeiros estão sujeitos a inspeções de saúde?

Estão, sim. Os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e inúmeras outras agências têm competência para proceder à fiscalização de todos os navios de cruzeiro.

Que doenças posso apanhar com mais facilidade num cruzeiro?

Norovirus e enjoos são as doenças mais comuns mas não são as únicas! Quedas e problemas cardíacos também são bastante comuns e representam uma percentagem significativa das consultas médicas a bordo. Conheça algumas formas de identificar sintomas e de se precaver…
Problemas cardíacos
Os problemas cardíacos a bordo estão normalmente associados a grandes quantidades de álcool disponível e a excesso de comida. Repare que uma refeição abusiva pode causar inflamação da artéria coronária, um prelúdio comum a um ataque cardíaco. Grandes quantidades de alimentos e álcool podem assim causar um ritmo cardíaco anormal fatal. A maioria das mortes a bordo dos navios são devidas a problemas cardíacos. Mas felizmente os casos são raros.
Enjoos
Os navios maiores e mais modernos quase não balançam mas mesmo assim existe a possibilidade de uma pessoa enjoar com o movimento da água, principalmente se também enjoa quando viaja de carro e se costuma vomitar sempre que está indisposta. Independentemente de ter tendência ou não para ficar enjoado, antes de embarcar pergunte ao seu médico o que poderá tomar em caso de vómitos e náuseas. E leve esse medicamento consigo. Caso não leve medicamentos para o enjoo e comece a sentir-se enjoado deve seguir estas dicas:
  • Desfaça as malas com o navio parado.
  • Ingira a menor quantidade de líquidos possível.
  • Coma apenas fruta e pão.
  • Evite manter-se no interior do navio, coloque-se no deck em local arejado.
  • Não deixe a cabeça acompanhar o movimento do navio – tente mantê-la fixa olhando o horizonte ou outro ponto de referência que esteja fixo.
  • Passe água fria ou gelo pela nuca em situações de grande indisposição.
  • Pressione o umbigo com o dedo polegar durante 15/20 segundos e repita a cada 5 minutos.
  • Respire fundo e lentamente.
  • Mastigue pastilha elástica ou pastilhas de mentol.
No entanto é provável que não se sinta enjoado porque os navios modernos possuem um sistema de estabilizadores que ameniza muito o problema da oscilação, a não ser que o mar esteja agitado. Não se preocupe.
Gastroenterite
Pode ficar doente em qualquer sítio onde esteja em contacto com vírus contagiosos e resistente ao meio ambiente. A higiene contínua ajuda no combate a estes vírus que podem ser encontrados em vários locais de aglomeração de pessoas como navios, mas não pode evitá-los de todo.
Os navios de cruzeiros são locais limpos, com higiene e medidas de limpeza constantes onde não é expectável que se fique doente. Mas, se apanhar uma gastroenterite pode dirigir-se ao posto médico onde receberá ajuda imediata.
Infeções
Um cruzeiro pode expô-lo a algumas infeções desagradáveis. O Norovirus é a principal. É tão comum em barcos que é chamado o vírus dos navios de cruzeiro. Provoca vómitos e diarreia e a higiene escrupulosa é a única forma de se prevenir desta doença altamente contagiosa. Lave as mãos após cada ida à casa de banho e antes de cada refeição. Se puder, use desinfetante.
Se ainda assim apanhar a doença, não esmoreça. A boa notícia é que passa num ou dois dias.
Diarreia
Um problema comum em viagens é a diarreia causada pela ingestão de alimentos ou águas contaminadas. Esteja sempre atento à segurança e à qualidade daquilo que ingere. Observe as medidas básicas de higiene, que nunca é demais repetir: lavar as mãos com água e sabão ou solução antisséptica frequentemente e beber água tratada acondicionada em embalagens lacradas ou de fonte segura. Evite adicionar gelo de procedência desconhecida às bebidas e assegure-se de que os alimentos que come estão bem cozinhados. Alimentos perecíveis devem ser mantidos em baixa temperatura ou bem aquecidos.
Doenças transmitidas por mosquitos
Este tipo de doença está geralmente associado ao turismo rural, mas também pode ocorrer num cruzeiro, dependendo da zona por onde vai passar. Se corre o risco, utilize roupas que protejam contra picadas de insetos como camisas de mangas compridas, calças e sapatos fechados e/ou use repelente nas áreas expostas da pele, de acordo com as recomendações da rotulagem.
Doenças transmitidas por outros animais
Algumas espécies de aves e mamíferos também podem transmitir doenças infetocontagiosas, inclusive num cruzeiro se os locais que vai visitar lhe permitem um contato próximo com animais. E atenção, caso sofra agressão por mamíferos domésticos (mordidela de cão, por exemplo), lave imediatamente a área em causa com água e sabão e procure atendimento médico.

Posso ser vítima de negligência médica?

Dificilmente, mas se acontecer vai ter de viver com isso. Pode processar a linha de cruzeiro, sim, mas possivelmente vai perder. Sabe porquê? Porque os navios de cruzeiro não podem ser considerados – nem que indiretamente – responsáveis por negligência de um médico porque não são clínicas nem hospitais. Não há nenhuma negligência médica para cuidados prestados a bordo.
Então quero mais informações sobre o centro médico…
Ok, a maior parte dos navios possui centro médico, sim, com um médico e enfermeiro ao seu dispor 24 horas por dia. Contudo, o centro médico não tem por vocação tratar de doenças já existentes nem dispensar cuidados médicos mais longos nem resolver acidentes graves (encaminha-os para o hospital mais próximo). As consultas e os medicamentos são, nunca é demais repetir, faturados aos passageiros.
Onde se localizam e quais as características desses serviços médicos?
O centro médico normalmente está localizado num andar inferior do navio. A instalação contém várias camas e está configurada para tratar de questões médicas menos complicadas: gripes, Norovirus, doenças gastrintestinais, enjoo e ferimentos.
As capacidades da enfermaria de um navio variam dependendo do tamanho do mesmo e do número de passageiros que consegue albergar. Mas independentemente do tamanho, o navio deve conter o equipamento adequado para lidar com uma gama vasta de tratamentos e diagnósticos. Entre os seus equipamentos, a instalação deve ter cadeiras de rodas, maca, placa traseira para imobilização da coluna, capacidades de laboratório para testes, oxigênio, capacidade eletrocardiograma, desfibriladores, monitores cardíacos e outros equipamentos para medir sinais vitais.
Só há um médico a bordo?
Não exatamente. O pessoal médico a bordo é geralmente baseado na capacidade de passageiros e tripulação de cada navio. Navios menores têm pelo menos um médico licenciado e uma enfermeira, navios maiores podem ter dois ou três médicos licenciados e até cinco enfermeiros.
Qual a formação da equipa médica?
doctor.A equipa será capaz de executar práticas de suporte avançado de vida, cuidados cardiovasculares de emergência e procedimentos cirúrgicos menores. Médicos e enfermeiros também são obrigados a ser fluente na língua predominante do navio.
O pessoal médico (médicos e enfermeiros registados) deve ter pelo menos três anos de experiência de pós-graduação em medicina geral e de emergência.
Que medicamentos existem a bordo?
Os navios possuem farmácia a bordo mas os preços dos medicamentos são elevados e nem sempre é possível encontrar determinado artigo. Nesse sentido, convém levar de casa os remédios que toma com mais frequência. E se toma medicação diária, leve-a na sua mala de mão porque a bagagem pode demorar algum tempo até chegar à sua cabine. Se toma medicamentos que necessitam de receita médica, certifique-se que leva consigo as receitas necessárias ou a quantidade de medicamentos necessária para toda a viagem. É recomendável também levar um bom remédio para enjoo mesmo que não costume enjoar. Não se esqueça que o preço dos medicamentos a bordo é elevado.
Onde guardar os meus medicamentos?
As cabines estão equipadas com minibares que são destinadas a manter a temperatura de bebidas. Use-os para guardar a sua medicação exceto medicamentos que têm requisitos específicos de temperatura. Se precisar de armazenar medicamentos que necessitam de refrigeração adequada, há locais disponíveis a bordo, em quantidades limitadas e, claro, com custos acrescidos.
Posso ficar na cabine de quarentena?
Pode, pois! As políticas de navio de cruzeiro ditam que se o passageiro não se sentir bem ou apresentar sinais de uma doença grave, tais como vómitos ou diarreia, deve informar a equipa médica do navio imediatamente. Depois, dependendo do seu estado, pode ser restrito à sua cabine, se o médico do navio entender que a sua doença representa um risco de surto para os outros passageiros. As linhas de cruzeiro são especialmente cautelosos com gripes ou Norovirus, devido à probabilidade de contágio. Se houver suspeita de Norovirus, a tripulação irá adotar medidas para isolá-lo dos outros passageiros. Será informado de que deve permanecer na sua cabine (não é uma sugestão, é uma obrigatoriedade). Se não aderir de livre vontade, os seguranças poderão ter de intervir e pode ser banido do cruzeiro.
Quais as taxas dos serviços médicos?
Se receber tratamento médico ou adquirir medicamentos num navio fica sujeito a um custo, sim. No entanto, essas faturas poderão ser apresentadas à sua companhia de seguros para possível reembolso.
Quanto à taxa em causa, como os médicos a bordo são trabalhadores independentes, têm o direito de prestar os seus serviços a uma taxa que pode variar de navio para navio. De qualquer modo é comum que a taxa básica não inclua medicação, exames ou tratamentos.

Mais vale prevenir do que remediar

norovirus_2439541bHoje em dia, qualquer cruzeiro tem uma equipa médica a bordo para tratar de problemas de saúde que possam surgir durante a viagem. No entanto, há sempre cuidados de saúde a ter antes de embarcar num desses cruzeiros, principalmente porque há sempre visitas a culturas diferentes que podem causar alergias e problemas mais sérios. Assim, vamos deixar aqui alguns cuidados para antes, depois e durante a viagem.
  1. Cuidados a ter antes da viagem
  • Antes de embarcar leia este artigo.
  • Investigue as diferenças entre a sua cultura e a cultura que vai visitar e saiba exatamente quais os cuidados que deve ter para não descurar a sua saúde durante a viagem.
  • Se for portador de uma doença, mesmo que não seja complicada, consulte o seu médico para saber se existe algum problema em fazer um cruzeiro.
  • Se for portador de uma doença infeciosa aguda, evite viajar em cruzeiros, pois além de prejudicar o seu problema de saúde pode transmitir a doença para outras pessoas.
  • No caso de necessitar de levar medicamentos para o cruzeiro, traga a prescrição médica consigo.
  • Caso tenha medicação crónica, tenha o cuidado de adquirir os medicamentos necessários para toda a viagem antes de embarcar.
  • Conheça com antecedência os cuidados que devem ser tomados com a saúde durante uma viagem de cruzeiro.
  • Atualize as suas vacinas de acordo com os calendários de vacinação do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde. Os postos da rede pública oferecem vacinas eficazes e gratuitas.
  • No momento do registo da vacinação, verifique se foi anotado o lote da vacina, a data vacinação e o local onde foi atendido.
  • Atenção que as vacinas têm data de validade para atingir a proteção esperada, que pode variar entre 10 dias e seis semanas. Por isso, tome as vacinas necessárias com antecedência. No caso da vacinação contra febre amarela, por exemplo, o não cumprimento do prazo de proteção pode impedir a sua entrada em alguns países.
  • Certifique-se de que leva consigo seguro de saúde ou outra informação de contato útil para obter ajuda rápida em situação de emergência.
  1. Cuidados a ter durante a viagem
  • Caso sinta algum tipo de alteração no seu organismo, comunique imediatamente à equipa de bordo. Todas as medidas necessárias serão tomadas, assim como a consulta dentro do próprio navio e caso seja necessário, os serviços de saúde mais próximos serão alertados e avisados da situação. Em casos extremos, terá entrada direta para os serviços de saúde locais para análise pormenorizada.
  • Durante toda a viagem é necessário ter cuidado com a alimentação. Evite comidas que não tenham os cuidados de higiene necessários.
  • Mantenha bons cuidados de higiene, nomeadamente lavando amiúde as mãos com água e sabão ou com uma solução antisséptica.
  1. Cuidados a ter após a viagem
  • Assim que desembarca, caso apresente sintomas estranhos no seu organismo, tais como febres, diarreia, problemas de pele, dificuldades respiratórios, entre outros, deverá contactar rapidamente o seu serviço de saúde, informando-o sobre todos os locais por onde passou e sobre algum tipo de comida/bebida diferente que tenha ingerido.
E agora fica a boa notícia: apesar de acontecerem incidentes de segurança e saúde a bordo de um navio, são relativamente raros. Por isso, se assumir que tem o dever de se proteger tanto quanto possível, a linha de cruzeiro assume que tem o direito a divertir-se como nunca! As suas hipóteses de adoecer são baixas e com a leitura deste artigo, baixa ainda mais o risco de adoecer a bordo.

Ligações Úteis:

Boa viagem!

sábado, 28 de novembro de 2015

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

ESTÁ COM POUCO DINHEIRO PRA VIAJAR?????? LEIA COM ATENÇÃO!!!

Viagens colaborativas: trabalhar em troca de alojamento


Dinheiro. Ou falta dele. Esta é o motivo dado pela maioria das pessoas para não viajarem – ou viajarem pouco. Muitas vezes com razão, outras apenas por desconhecimento ou falta de organização. Porque é possível viajar com pouco.
Na falta de dinheiro, o fator essencial para viajar mais é o tempo. Tendo tempo e flexibilidade de datas, é possível viajar com muito pouco dinheiro e ter uma experiência ainda mais autêntica. Aplicando os princípios da economia da dádiva, do consumo colaborativo e da troca justa pode eliminar-se totalmente a despesa com alojamento e, em muitos casos, também com a alimentação e reduzir o custo dos transportes.
Chamemos-lhes “viagens colaborativas”: o viajante tem uma necessidade e algo a dar em troca; outrem tem, ou já teve, uma necessidade complementar e/ou quer ajudar; chega-se a um acordo. O conceito não é novo, há anos que milhares de viajantes fazem isso na estrada, falando diretamente com as pessoas nos locais por onde vão passando, mas o fácil acesso à Internet e o aumento do interesse nestes conceitos levou à criação de várias plataformas que permitem cruzar os interesses de quem procura com os de quem oferece. Permitem também, pela existência de referências e comentário, trazer alguma confiança e segurança a todo o processo.
Algumas destas plataformas têm taxas de utilização associadas mas, na maioria dos casos, são pagamentos únicos ou anuais que, no final, acabam por compensar.

1. Alojamento


Trabalha rnum hotel ou hostel
Trabalha rnum hotel ou hostel

São várias, as opções para alojamento gratuito:

– Alojamento em casas locais

Seja pela vontade de conhecer pessoas de outras culturas, ou pelo simples prazer da hospitalidade, muita gente oferece alojamento em troca de nada. Este alojamento pode variar de um sofá, a um quarto privado, uma caravana no jardim ou um pedaço de chão. A plataforma mais conhecida para este tipo de oferta é oCouchsurfing, mas existem outras como o Globalfreeloaders e o Hospitality Club.
De todas, esta é a opção que exige menos tempo de estadia, mas requere algum de procura e, principalmente no couchsurfing, exige que se esteja ativo na rede, com um perfil com algumas referências, para conseguir uma resposta positiva.

– Troca de trabalho por alojamento

Um truque dos viajantes de longo termo mais antigos era (e é) perguntar nos hostels e cafés dos lugares onde chegavam se era possível trabalhar em troca de estadia. Hoje em dia essa busca está facilitada com o aparecimento de várias plataformas onde os “empregadores” e os viajantes se registam e podem procurar oportunidades antes mesmo de iniciar a viagem. O tempo de estadia mínimo para se poder usufruir do alojamento varia muito com os lugares e tipo de trabalho, mas, na maioria, não é possível ficar menos que duas semanas. Em muitos deles algumas refeições, quando não todas, fazem também parte da troca.
Em sites como o Helpx e o Workaway o trabalho pode variar da básica ajuda no hostel, café ou negócio familiar, até à estadia em casas de família para ajudar com as tarefas da casa, ou cuidar de crianças e ajudar em quintas ou casas em construção. Têm uma taxa de adesão de 20 e 23 euros respetivamente, válida por 2 anos. O Helpstay funciona da mesma maneira, e tem uma adesão de 20€, por ano.
No Worldpackers a oferta está limitada a hostels e existe uma taxa variável cobrada para cada estadia aprovada, o que torna o seu uso bastante mais caro. No entanto, ao contrário das outras plataformas, oferecem apoio logístico e a garantia de alojamento por 3 dias, se alguma coisa correr mal com o anfitrião.
A rede de hostels Hosteling International tem também hipóteses de troca de trabalho por alojamento, em alguns países e em determinadas alturas do ano.
WWOF (World Wide Opportunities in Organic Farms) foi das primeiras a aparecer e está limitada a trabalho em quintas orgânicas. Cada país tem a sua página e é necessário estar inscrito (e pagar a inscrição) em todas aquelas onde se pretenda contactar com anfitriões. Essa inscrição (anual) varia entre 0 e 56€, consoante o país.

– Cuidar de casas e/ou animais de estimação (House/Pet sitting)


Pet Sitting
Pet Sitting

Como o nome indica, o trabalho do viajante é cuidar da casa e/ou dos animais de estimação desta, enquanto os donos estão ausentes. Esta estadia pode ser de apenas uma ou duas semanas, até vários meses e variar de pequenos apartamentos citadinos a verdadeiras mansões. As obrigações do “cuidador” variam muito consoante o caso, e é necessária alguma persistência para conseguir um destes “trabalhos”, antes de se ter uma boa rede de referências. Existem casas disponíveis um pouco por todo o mundo, mas a maior quantidade concentra-se em França, Reino Unido, Itália, Estados Unidos e Caraíbas.
A plataforma mais conhecida é a Trusted Housitters, mas existem muitas outras, como a Mind My House,Luxury House SittingHouse CarersHouseSit Match ou Nomador. Todas elas têm taxas de inscrição variáveis, anuais.

– Troca de casa

Opção mais viável para viagens curtas, mas ótima para férias, para quem tem casa própria. Também não faltam recursos para procurar, todos com inscrição paga, anual:  Home ExchangeStay 4 freeLove Home SwapGuest to Guest,  My Twin PlaceTroca Casa

2. Transporte


Partilha de transporte
Partilha de transporte

Para viajar totalmente de graça, só mesmo caminhando, pedalando ou esticando o dedo à beira da estrada. Mas é possível reduzir os custos do transporte através da partilha de necessidades. É mais barato que transportes públicos? Na maior parte dos casos, não, mas serve para ocasiões específicas, em que esta opção não é a mais conveniente.
Alugar carros diretamente aos donos não é uma opção que esteja disponível em todo o mundo, nem reunida numa única plataforma. Aqui, um bom recurso para todos.
Este aluguer pode ser de apenas umas horas, ou vários dias, consoante a disponibilidade, e o país. Esta opção não só permite poupar dinheiro no aluguer de veículos, como otimiza a utilização destes, reduzindo a quantidade de veículos necessários e consequentemente o consumo e o impacto ambiental.
Partilhar boleias, dividindo o valor do combustível. O mesmo principio que o esticar do dedo, mas marcado antes, e sabendo exatamente para onde se vai. São exemplo destas plataformas o CarpoolWorld, BlaBla Car, deboleiaboleia.net e  Viagens Por Tostões.
Todas estas opções permitem poupar na altura de viajar, mas a sua maior vantagem é promover a partilha de conhecimento, de cultura e de relações humanas. É estimular alternativas ao consumo desenfreado, à pressa, à ganância. É pôr-nos em real contacto com as pessoas que habitam nos lugares que visitamos e permitir-nos contribuir. Mais que uma passagem, a viagem torna-se assim uma verdadeira experiência de vida.

http://www.almadeviajante.com/viagens-colaborativas-trabalhar-em-troca-de-alojamento/